segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Calcanhar de Aquiles

Se chamava Lucas, Rafael...
Não sabia ao certo teu nome.
Talvez fosse até ontem sem nome em minha memória
Talvez fosse Henrique teu nome. E eu andei te escrevendo
Incessante, árdua e afetuosamente...
E andei derramando lagrimas sobre tuas linhas
E achando graça de teu caminhar

Moravas no Chile, na Áustria,
Esses tempos esteve em New York
Esteve na África comigo
Nas mais turvas choupanas
Ajudando famintos, miseráveis, ensinando pequenos a ler teus gestos
Esteve comigo na praia, em alguma deserta duna
Mas logo ia-te, e me deixava sozinha de novo

Te apegava ao violão, á televisão
Te apegava á minhas mãos, e andava comigo
Mas nunca soube quem eras...onde ias, o que queria de mim
Esteve comigo na dor e na sorte ...mas nunca me tocou
Nunca onde outros não podiam...
E um dia, vi teu nome, teu endereço, tuas pegadas...vi em teu gosto meu gosto
E senti tocar meu imaculado calcanhar de Aquiles...eras tu, Anjo, tinhas um nome, era amor.

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