sábado, 22 de novembro de 2008

Adeus de Poeta



Queria eu te fazer um poema por dia
Fazer-te feliz, mas é impossível querida.
Queria eu que meus anseios fossem só virtudes
Quisera eu que minhas escritas fossem laços que não desatam
Cegos nós falantes
Mas deixe pra lá esta tudo mudado
O que havia em mim está petrificado
Meu amor se foi ontem quando entrou o pecado
Deixe pra lá, me deixe de lado
Não mereço amor nenhum pois o amor que eu amo é comédia
Com fortes indícios a acabar em tragédia
Sem plano de fuga.
E sem nenhuma estratégia
Os bares da cidade estão fechados
Os rios em teus olhos permanecem calados
Afinal quem acredita em poetas?
Mas ao menos, meu amor repentino
Não me seja assim rude
Não esqueça de mim, não mude
De casa ou lugar
Não se torne mais um ser vulgar
Nosso amor passou por hora
Mas como o delírio ainda pode voltar.

L.


Não era belo como a rosa
mas não tinha sequer um espinho
era um corpo de um verde violento
e me falava de seu suor
e de seu tom que ressoava
Sonolento

Era feito de poeira do tempo,
ouvia os velhos sábios,
Mas, nem se quer era real
porém sóbrio, pálido
era puro como toda água
que por ser água é mineral

E também era inspiração
e em minha boca
Virara verso, trova, ou composição.
Tinha dentro de si um outro eu contido
e mais mil almas que o rondavam
e o deixava perdido

E eu o vi em sépia
E antes monocromático
só podia saber que se encontrava
sentado estático
a se ler em escritas mambembes
de alguém que o guarda em memória.