sábado, 23 de janeiro de 2010

Amores


amores mortos pelo tempo
e outros roubados por tanta insistencia
amores poupados de serem imperfeitos
os mortos não pecam
amores cultivados em cavernas
não se sabe se é amor
ou só é distração
amores que nascem entre as pernas
no erro o acerto no acerto
ilusão
amores doentes
que perdoam punhaladas
frenéticos amores desenfreados
amores amados sem querer
outros banidos de doer
amores descompostos
rejeitados, falsos amores
amores gaiolas,
prendendo as borboletas da paixão
amores osmoses
um dia vou ter um...
amores penosos empuleirados
em nosso peito
amores raivosos
cheios de dentes e gana
amores gazelas
correm soltos por ai
amores primavera
a cada ano brota um
amores que amamos sozinhos
no lento tempo da solidão
amores de outros caminhos
que passamos sem ver, na contra mão.

amores vitória,
e uns botafogo
amores crescidos
amadurecidos, caidos do pé
amores vampiros
e lobotomistas
amores navios que se perdem de vista
bandidos amores
que nos roubam a alma
amores circunflexos
e uns acentuados
amores hipertensos
atacam nosso coração
amores exagerados
são a pólvora da bala
que nos mata sem se ver.




Dedico esse poema a meu amigo, Kennedy Bacelar. Obrigado pelo grande incentivo que você sempre me dá.